segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Ela é linda, ela é atriz


Para Maria Flor.

Sábado à tarde. A cidade, Tiradentes. A menina passeia tranqüila. Blusa de alcinha e saia estampada. Uma flor. Cabelos curtos, negros, encaracolados. Pulseira vermelha em pele branca. O poeta não sabe, mas além de linda, ela é atriz.
Não chove. Caminha pelas ruas de Tiradentes. Não sei quem tem mais charme. A cidade ou a atriz? Definitivamente a pequena cidade mineira abraça a menina de movimentos leves e precisos. Ela, carioca. O poeta, mineiro.
Ela ultrapassa o poeta, que não tem pressa. À sua frente, ela dribla uma senhora e, ao passar por um carrinho de bebê, o olha com ternura e continua. Ela pára e se vira. O poeta olha nos olhos da atriz que parece uma flor. Enfeitiçado, ele não diz nada. O que ele poderia dizer que acolhesse toda a sua ternura e a fizesse sorrir largo e despretensiosamente?
Maria é estrela de cinema. Ilumina caminhos. Brilha. Maria tem um jeito frágil. É um anjo singular. Maria é calma e vem de onde a cidade beija o mar. Maria é Flor, longe de casa, distante do lar. Quem sabe procura um novo amor? Maria não sabe - além de ganhar um olhar, ganhou um poeta que gosta de viajar. Nos trilhos da Maria Fumaça. Na trilha de Maria Flor.


Daniel Rubens Prado,

Verão de 2007.
Imagem: Brightest Star,

Robins Street-Morris.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom desenvolvimento visual !!!
Legivel e com contrastes combinando !
O conteúdo tb é bom !

T+