
Ela sentada sobre o degrau da porta da frente, contraída e ensimesmada. Sabia tudo o que dizer. E assim, sem mover nenhum músculo, rumou o olhar àquele homem, antes forte e que agora lhe parecia só um homem magro de barba rala e olhar incauto. Imóvel, intacta e convicta. Balbuciou para dentro aquelas palavras tão vorazes, ligeiras e agudas. Ele implorava por palavras. Ela lhe devolvia o silêncio, sempre mais intenso que seu ruído.
Texto: Gigi Favacho.
Imagem: Marcus J. Ranum.
3 comentários:
Ela sabia "dizer" o seu silêncio. Ela sabia "dizer" o seu olhar. Adorei e odiei ela. Como sempre acontece em meu caso em face das boas personagens.
gigi,
adorei o silencio...
que inveja dela : )
bjs
saudades
Nós, particularmente, Paty, somos mulheres ruidosas, mas só por traço de personalidade, porque ferimos, mesmo, antes do ruído.
também em saudade...
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