terça-feira, 22 de maio de 2007


Papo de Anjo


A Carlos Drummond de Andrade.

Quando nasci, um anjo gauche
Desses que vivem à sombra
Dos acontecimentos
Disse: "Vai, Daniel! Ser torto na vida".

Nunca mais me esqueci desse solfejo,
Que volta sempre a me embriagar.
Levo a noite no dia,
E, aos poucos, ao anjo obedeço.

A madrugada vira meu norte.
Quando o escuto, sou forte.
Menino, crente, devoto,
Vôo em frente, sem corte.


Daniel Rubens Prado,
Outono de 2007.

Imagem: Marcelinha Pennylane,
Correspondente Rio de Janeiro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Danielzinho combina tanto com tudo isso junto!
Belo, muito belo, Dandan...!
um brinde a essas e outras.
beijo grandão!