terça-feira, 17 de julho de 2012

Lágrima: a cor de um sentimento


As más notícias vêm a cavalo! Era inverno. E o frio não era maior pela estação do ano ou pelo vento que parecia querer arrancá-lo pela janela do apartamento e depositá-lo 14 andares abaixo. Na verdade, o frio era como uma inoculação súbita de um sentimento vazio três dedos abaixo da ponta do osso esterno. Era um frio psicológico que gela o sangue a partir do coração.
No momento em que começa, o ritmo cardíaco deixa de fazer sentido. Veias e artérias passam a dar vazão ao líquido gelado que se espalha pelo corpo. Uma notícia assim sempre chega à noite. Céu parcialmente nublado, pouca ou nenhuma estrela. - Que idiota! - brada consigo num diálogo interior. Ele não se senta na poltrona que agora parece mais funda e ainda menos acostumada ao seu corpo que, neste exato momento, assume formas estranhas com tensões novas em músculos que nunca tinha sentido antes. É o sangue que, ainda frio, pressiona as glândulas lacrimares que vertem o mar de dentro dele.

É transparente o amor não correspondido.

 

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