Chove melro no quintal de casa. Caem da árvore feito fruta madurada. Azuis intensos repousam em suas asas fartas frisadas fissurinhas de desejo de semente. Pousam atabalhoados no chão de pedra cinzenta e são muitos vários largas porções de asinhas bicos penas cantos e falas num passarinhês próprio. O amarelo do sol rebate no serzinho e os alimenta de céu nuvem vento e iluminidades. Ficam eles na função de empoleirar nos galhos da árvore virar a cabecinha passarinhar num abre e fecha de bocas pernas braços alados para mais uma vez choverem no quintal. Às vezes um e outro alagam escorrem grama verde afora chegam mansinhos à porta da casa. A menininha pergunta se tem permissão para chegar. ‘Posso espantar os passarinhos?’. Assim que o avô dá a afirmativa ela sai em disparada. Com as perninhas curtas morenas reboladas vai bem devagarinho sabida que é: para espantar passarinho que chove abundante há de ter a mão certa cuidado desexato para não desbancar em tempestade. A menininha ri gargalha e remexe as mãozinhas satisfeita com a façanha de fazer chover ao contrário os melros do quintal. Isso feito volta respingada para o abraço do avô e espera que os melros subam novamente no galho para desinverter sua marolinha traquina.
Texto: Val Prochnow.
Imagem: Claire Wright.
2 comentários:
Delícia de garoinha!
'brigada Rebequita!
Saudades!
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