quarta-feira, 11 de abril de 2012



Ela sentada sobre o degrau da porta da frente, contraída e ensimesmada. Sabia tudo o que dizer. E assim, sem mover nenhum músculo, rumou o olhar àquele homem, antes forte e que agora lhe parecia só um homem magro de barba rala e olhar incauto. Imóvel, intacta e convicta. Balbuciou para dentro aquelas palavras tão vorazes, ligeiras e agudas. Ele implorava por palavras. Ela lhe devolvia o silêncio, sempre mais intenso que seu ruído.





Texto: Gigi Favacho.

3 comentários:

Ewerton Martins disse...

Ela sabia "dizer" o seu silêncio. Ela sabia "dizer" o seu olhar. Adorei e odiei ela. Como sempre acontece em meu caso em face das boas personagens.

Paty Tavares disse...

gigi,

adorei o silencio...
que inveja dela : )
bjs
saudades

Gigi Favacho【★】 disse...

Nós, particularmente, Paty, somos mulheres ruidosas, mas só por traço de personalidade, porque ferimos, mesmo, antes do ruído.

também em saudade...