sexta-feira, 11 de setembro de 2009


Sempre desejei beijo de puta
Roto homem que sou
As via esquinas
vias ruelas
calçadas povoadas de justas
calças brilhantes
salto alto bustiê

Sempre desejei beijo de puta
Antes mesmo de tê-las
Nuas
cigarro entre os dedos
indicador e aquele que indica
onipresente – o caralho
vaivém de fumaça e bicos
dos seios
vermelhos rubros quebrados

Sempre desejei beijo de puta
por sabê-las intocadas
alma bruta vaga
mulheres sem nome
endereço ou
parentesco
janelas sem violetas
vidas feito essa
a minha
de remendos.
Texto: Val Prochnow.
Imagens: Pixel Welten - Smoking Babes.

4 comentários:

Celinho disse...

forte e de uma crueza encantadora. parabéns.

Unknown disse...

nossa! me deixou sem fôlego!

Anônimo disse...

cade o livro? cade,cade?

um z ninguém disse...

muito, mas muito bom!