sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Amor, amar cura


Aqui pra nós. Ter ou não ter um amor? Eis a questão.

Ao termos, nos sentimos completos. A vida parece mais fácil, tudo ao redor flui e é mais belo. As estações passam a ter mais importância e sempre nos preparamos para vivê-las prontamente. O coração bate mais suave, a pele brilha, os traços faciais ficam leves e toda canção tem um “quê” a mais. As cores se fortalecem, os aromas se intensificam e o ar fica mais puro. Planos, sonhos, tudo parece tão real. Carícias, dedicação, risos, abraços, beijos, pernas entremeadas... Nossa, quanto suor! Lábios com lábios, olhos fechados em sintonia, quanta harmonia. O mundo pode acabar que nada irá mudar isso.

E como é lindo conviver. Há de superar as dificuldades e aceitar os defeitos. Nas horas boas então, nem se fale. É perfeito! Mas não adianta ter um amor e não se entregar também. É preciso se derramar aos pés da pessoa amada, demonstrar o quanto a ama, fazê-la se sentir única. Isso ajuda a cicatrizar as marcas do passado, sem extingui-las. Bom para o crescimento e melhor ainda para o equilíbrio pessoal. Como é lindo poder usufruir dessa verdade, de forma digna, leal e respeitosa. A verdade de amar um só amor, dois em um, um pelo o outro, lado a lado, para sempre até quando durar.

E quando não o temos mais? O mundo desaba e tudo fica obscuro. Perdemos o chão, o sentido da vida, o rumo. Estáticos, sem reação, pasmem na solidão. Uma dor insuportável. Não se respira, não se concentra, sofre-se de insônia, não se sai da cama de tanto desânimo. Tudo ao redor perde o sentido. Como se perdêssemos nossas pernas e ficássemos impossibilitados de andar. Amputados, decepados, incompletos, imperfeitos. Os sonhos e planos já não fazem mais sentido. Toda a harmonia se esvai pelo ar. O tempo leva o amor embora para que um processo de cura se inicie.
E como recomeçar? Nova vida, novos objetivos, novas alianças, novos belos horizontes. Afinal de contas, a vida nos proporciona inúmeras possibilidades, e não podemos desperdiçar esse presente dos deuses. É preciso achar a beleza novamente.

Mas, ter? Nunca teremos. O sentimento de amor cada um sempre terá o seu, mas a pessoa amada nunca será sua. Ela estará ao nosso lado por simples e espontânea vontade. O Livre Arbítrio existe justamente para vivenciar e dedicar, até quando durar essa verdade. O amor é franco, sem muitas complicações. E quando amamos, é preciso libertar o nosso amor. Para que ele decida ir e vir, e de preferência, claro, ficar.
E o que nos resta é crer e esperar. E no mais, estar pronto, para sempre amar.


Texto: Leo Deoti.

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