vivo a noite
sou a noite escura fria sedenta
se lua me encolho em sua sombra
se chuva me afogo em poesia
quando as luzes da cidade acendem
as pessoas nos bares ou voltando pra casa
saio em busca de meus pedaços jogados
nas esquinas e nos becos
sou os gatos
que rondam as mesas dos bares
em busca dos restos de comida
os bêbados em sua solidão mascarada
as putas atrás de seus homens perdidos
a noite sou eu a música
os ratos despercebidos e cinzas
os pássaros noturnos e silenciosos
a noite sou eu sem lua
Poesia: Adriana Godoy.
Imagem: Autor desconhedido.
2 comentários:
Muito bom ver meu poema noturno nas páginas negras do Eutanásia!
Muitas vezes também me sinto uma noite parecida com essa.
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