Quero amá-lo
num ritual de lua cheia
equinócio de outono
amar até vir o sono
amarrá-lo nessa teia
santa ceia de noite e dia
na pousada lua e terra
na pousada céu e serra
mel e rubor
até o estupor,
explodir a alma.
Calma, calma, por apenas mais um minuto,
depois dos surtos de verão, não sei não
ainda não entendo sua evasão
calma! não sei se me acostumo
Tenho medo/tome prumo
essa é minha dualidade
e depois deu saudade
e guardei-a só pra mim
vai que é só minha, enfim,
a saudade
nem tudo foi dividido
mas algo foi duvidado
partido, compartilhado
não está escondido,
está escancarado
basta ser lido
no poste ao lado.
Poesia: Kamilla Mota.
Fotografia: Daniel Rubens Prado.