quarta-feira, 26 de agosto de 2009

BH-MG-BH

Com direito a bairrismo


Belo Horizonte de esquinas vadias, de famílias tradicionais. Belo Horizonte do vai-e-vem da Praça VII, da fé às margens da Lagoa da Pampulha. Belo Horizonte segura na mão de Deus, orando suave na beleza humilde da Igreja de São Francisco, sem esquecer os pobres irmãos meus.

Belo Horizonte boêmia, das ruas transversais, nas paragens interioranas do bairro Santa Teresa. Belo Horizonte da cervejinha gelada, do sabor do tira-que-dá-gosto e da graça de sua cachaça. Belo Horizonte na embriaguez suave das serenatas, do Clube da Esquina e minhas meninas.

Belo Horizonte das curvas de Niemeyer, BH de JK, das charmosas mineiras, dos desconfiados pés atrás. Belo Horizonte Curral de Minas, das Serras; Belo Horizonte de suas praças e parques. Belo Horizonte de um verde ímpar, inconfundível. Belo Horizonte de céu azul, onde o Galo canta para acordar o Cruzeiro do Sul.

Belo Horizonte das vilas e favelas, aglomerando cultura e história nas veias de seus moradores. Belo Horizonte de desilusões e amores; Belo Horizonte de esperanças de curar todos os males e dores.

Antes de qualquer coisa, Belo Horizonte é mineira. E sua mineirice, ainda moleca, vive e cresce com o ideal intrínseco de liberdade – ainda que tardia. Belo Horizonte é a cidade dos mineiros e muitos mais – Belo Horizonte é do Mundo, Belo Horizonte é Minas Gerais.

Djalma Gonçalves

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Um coração oprimido


Elegia à Augusto Boal
O dia que se vai
Ao derradeiro leito impermeável
Um corpo, um monólogo

Um coração oprimido

O peito aberto para o povo

Uma arena em chamas
Devaneios sociais, políticos, outrora
E a arena continua em chamas

Representação mútua
Lágrimas insanas
Sorrisos claustrofóbicos
Um insubstituível coração

Por Bruno Grossi.
Imagem: Autor desconhecido.