A noite avança prenhe de esperanças,
Interrompe o reinado das cadernetas,
Incita um motim de ébrios em cada esquina.
Revolvendo as celestes rugas suspensas,
A noite monta seu camarim nas calçadas –
Novo palco imaginário da lua.
A Praça se renova em sombras & garrafas,
Os sinos da igreja repicam, graves e eternos.
Submersa em murmúrios de exílio,
A tarde agoniza sua cor em despedida,
Tingindo seus mármores turquesas
Na rubra noite de mercúrio que nos abriga.
Um violão fere os ares com sua dor
Enquanto o céu se dissolve em trevas,
Cindindo o coração em bares e abraços.
A noite se aprofunda em novos braços,
Soluços saudosos de cerveja, estrelados.
As fachadas espreitam os forasteiros,
A invasão repentina de suas muralhas
Que se armam em tenda, entrelaçando
Amigos & amantes, madrugada adentro.
A Rua é o clube do povo, a casa
Dos pandeiros de prata e poetas vadios,
Berço da cidade em decomposição.
Eu me recolho pleno em qualquer mesa,
Apreciando a infinda fauna humana
Que nunca amaina de aflição.
Entre trilhos lentos e ruidosos contornos,
Santa Tereza se recompõe em vastos poentes.
Recolhe em cada parada seus isolados,
Dilata os horizontes em domingos diários,
Desdobra-se em carnavais & casamentos.
Aqui se recolhe a poesia gasta, resto
De delírio, álcool, nuvem e lamento.
Aqui reside a noite que desperta sonora,
Faminta das próximas horas de invento.
Poesia: Jon Tonucci.
Imagem: Fel Magalhães.
Interrompe o reinado das cadernetas,
Incita um motim de ébrios em cada esquina.
Revolvendo as celestes rugas suspensas,
A noite monta seu camarim nas calçadas –
Novo palco imaginário da lua.
A Praça se renova em sombras & garrafas,
Os sinos da igreja repicam, graves e eternos.
Submersa em murmúrios de exílio,
A tarde agoniza sua cor em despedida,
Tingindo seus mármores turquesas
Na rubra noite de mercúrio que nos abriga.
Um violão fere os ares com sua dor
Enquanto o céu se dissolve em trevas,
Cindindo o coração em bares e abraços.
A noite se aprofunda em novos braços,
Soluços saudosos de cerveja, estrelados.
As fachadas espreitam os forasteiros,
A invasão repentina de suas muralhas
Que se armam em tenda, entrelaçando
Amigos & amantes, madrugada adentro.
A Rua é o clube do povo, a casa
Dos pandeiros de prata e poetas vadios,
Berço da cidade em decomposição.
Eu me recolho pleno em qualquer mesa,
Apreciando a infinda fauna humana
Que nunca amaina de aflição.
Entre trilhos lentos e ruidosos contornos,
Santa Tereza se recompõe em vastos poentes.
Recolhe em cada parada seus isolados,
Dilata os horizontes em domingos diários,
Desdobra-se em carnavais & casamentos.
Aqui se recolhe a poesia gasta, resto
De delírio, álcool, nuvem e lamento.
Aqui reside a noite que desperta sonora,
Faminta das próximas horas de invento.
Poesia: Jon Tonucci.
Imagem: Fel Magalhães.
Um comentário:
João, esta homenagem pra Santê pode virar música, heim...belíssimo. Viva a poesia, viva a boemia!!!
Lindíssima a foto...Felps
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