Fiquei um ano sem tomar cerveja. Fiz uma dúzia de promessas. A que ficou de pé foi abandonar os lagoinhas por um ano. Foi isso que falei à minha mãe. Em troca, ela me deu o sorriso mais leve e despojado, na última alegria terrena. Coisa que só mãe pode dar e sentir. – Ave, Maria!
Enfim, um ano sem beber uma gelada, seja loira ou mulata; seja pílsen, premium ou mesmo o chopinho nosso de cada dia. Fui obrigado a desviar minha atenção para outras – bebidas destiladas, vinhos e até doses mais altas d’água.
Ao tomar o primeiro gole, naquela tarde de primavera beirando o verão, senti que anjos tocavam trombetas e anunciavam bonança. Traziam no sopro as boas novas. E foi em meio a uma satisfação do dever cumprido que o malte desceu sem culpa.
No meio da taça de chope, uma brisa esbarrou em mim, antes que completasse sua sina de beijar mais meia dúzia de esquinas. Olhei para o céu, que estava num azul de invejar santos brigadeiros; e sorri, como se pudesse alcançar os olhos de minha mãe.
Foi assim que me senti naquela tarde. E, só de pensar, como diz a prima Jane de Fátima, minha boca virou um brejo.
4 comentários:
Legal, Buda, bonito texto, poético e mágico! Bj. Dri
um brinde cambaleante...avante.
copo pra dois
lol conheço bem essa foto!!! Obg por a teres usado e teres referenciado a minha autoria. 1 abraço!!
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