Serginho Oly fazia seu som, acompanhado de uma ótima percussionista, porém, me pareceu, ainda jovem no pedaço. Conversei, comigo mesmo, sem parar. Parecia triste, alguma solidão. Nada certo. Trabalho, família, casa, tudo ok. Aí pensei nos amigos, e entalei.
A Luisa chegou depois de uma hora. Desentalei. Falamos, fumamos e a coisa me pareceu mais simples. Eu estava desenhando monstros em minha cabeça, quando na verdade tratava-se apenas de uns poucos cães famintos. Maravilha.
De repente, Augusto me aparece, para matar minha saudade. Ele está maior, eu juro. Talvez maturidade, talvez trabalho demais, talvez raça demais. Conversamos muito; o mar não está para peixe, digo, focas, digo jornalistas. Passaram por lá outras pessoas: Paula, Joana, Anemia e Izabella, Aline. Mas foi tudo rápido demais. De um boêmio falastrão para uma mesa cheia de vida, em minutos. É, eu não tinha do que reclamar. Finalizamos com um feijão lá em casa. Nada melhor para dormir bem, em tentativa de diminuir a ressaca do dia seguinte.
Mas uma coisa ficou na memória. Não sei bem o quê, talvez o cheiro do crepúsculo, anunciando a lua no Santa Tereza.
Enquanto estava sozinho, escrevi essas bobagens:
Minha música
Eu tenho meu samba
Com todas as notas tristes
Com todo amor e dor
Em meu jazz enxergo o caos
O frio e tortuoso caos
que me leva pra longe, sem rumo
Choro e canto um blues
Nas noites molhadas
de chuva e lágrima
Mas é para ele que dou
Todo calor e fúria
que se encontra em mim
é ao rock, baby, que digo 'sim'.
Com todas as notas tristes
Com todo amor e dor
Em meu jazz enxergo o caos
O frio e tortuoso caos
que me leva pra longe, sem rumo
Choro e canto um blues
Nas noites molhadas
de chuva e lágrima
Mas é para ele que dou
Todo calor e fúria
que se encontra em mim
é ao rock, baby, que digo 'sim'.
Texto, poesia e imagens do Alto dos Piolhos : Bruno Sales.
5 comentários:
Ah, Santa Tereza! Lugarim perfeito prum bate papo honesto de dentro pra dentro; rever amigos e escrevinhar.
Belo, Bruninho. real e cheio de bossa (n'roll!)
nono,
Foi assim como o seu texto, delicioso e rápido. É sempre bom o encontro com os amigos....sempre, sempre.
bjs
jota
‘fim de tarde’ nos leva ...
e nos traz lembranças
por exemplo
‘Alto dos Piolhos’ me levou ao Levy
‘Anemia e Izabella’ me trouxe alegria
agora
se misturar edifício com alegria
chego ao P4
o P4 nos leva ...
também deixa lembranças
por exemplo
comecei ‘com um feijão lá’
(tarde de aniversário, feijoada com poesia)
terminei com ‘minha música’ preferida
(deixei o vinil rolando cais e desci)
obrigado brunin
seu texto me levou ...
e me trouxe momentos no tempo
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Cais (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
“Para quem quer se soltar invento o cais
Invento mais que a solidão me dá
Invento lua nova a clarear
Invento o amor e sei a dor de me lançar
Eu queria ser feliz
Invento o mar
Invento em mim o sonhador
Para quem quer me seguir eu quero mais
Tenho o caminho do que sempre quis
E um saveiro pronto pra partir
Invento o cais
E sei a vez de me lançar”
http://www.youtube.com/watch?v=YL-TSspMl1o
É isso mesmo Val, o lugar faz a ocasião.
Jô, os amigos, sempre em bando, fazem a vida melhor. Mesmo que rápida!
Lício: seu comentário também me levou no tempo, desde meu primeiro P4, quando na verdade ainda não conhecia nosso caro Dota (ou Buda, Kbeça, Dani, ou Rubens Prado), mas que já percebia em minha adolescência vil que naquele lugar sempre seria bem recebido. Mas isso é motivo para outro assunto.
Abraços a todos eutanásticos!
Bruno Sales.
Parabéns,pessoas (:
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