quarta-feira, 25 de junho de 2014

Apraz-me

 
 
Os caminhos do meu corpo
Que percorres tão íntimo
São como os versos do teu poeta
Que de preferidos, sabes de cor.
 
Da nuca à medula
De frios mornos
Molham-me os cabelos
De grito e rouco
O que te escapa, murmuras
Somente em meus ouvidos.
 
E me olhas como um bicho
De fomes que só eu sei,
E me mordes a ponta dos suspiros
Que havia de muito não dei.
 
E de olhos fechados
Te percorro
Os caminhos escondidos,
Por onde há muito andei.
 
Enlaço-te de coxas
E tu atas-me o quadril
E me beijas os anseios
Ao que meus dedos tocam os teus.
 
E vamos além
Onde deus não permite
Mas Veritas se faz
E o suspiro que nos escapa,
Dionísio
Qual morfina em nossos corpos se apraz.
 
Repouso-me em teu peito
 
Teu corpo se faz pele e pêlo
O meu, febre e medo
E mesmo nos desencontros
que tu sabes,
Querido
O meu tempo se encontra
com o teu.
 
 

Poesia - Christianne Oliveira.
Imagem - Autor desconhecido.



Um comentário:

Glória Paiva disse...

Delicado, intenso, belíssimo!