falar de amor é foda
a mordaça é bruta
como falar sem podas
da primeira vez de uma puta
mendigo que escarrasse no trono
cachorro que mastigasse o dono
prece que se recusasse ao infinito
é sempre o desafio sem sentindo
de salgar os olhos do sono
se tudo já foi dito e repetido amor
a mordaça é bruta
como falar sem podas
da primeira vez de uma puta
mendigo que escarrasse no trono
cachorro que mastigasse o dono
prece que se recusasse ao infinito
é sempre o desafio sem sentindo
de salgar os olhos do sono
se tudo já foi dito e repetido amor
se a palavra é branca e viscosa
como sêmen sobre a face impolutacomo se defecando sobre a rosaa palavra doasse o que se refutacomo se o amor fosse esse abandonoao flagelo do silêncio medonhoquando o sonho encontra o gritosagrado fadado ao mal ditoe não resta senão o gume do enganose tudo já foi dito e repetido amor
como sêmen sobre a face impolutacomo se defecando sobre a rosaa palavra doasse o que se refutacomo se o amor fosse esse abandonoao flagelo do silêncio medonhoquando o sonho encontra o gritosagrado fadado ao mal ditoe não resta senão o gume do enganose tudo já foi dito e repetido amor
descobrir o amor: desfazer a prosa
que na cama do carma se desfrutadesmarcar as cartas viciosasmijar sobre o que a espera enlutapenetrar as coxas da lama a vergonhadesonrar qualquer túmulo que se imponhae descobrir no amor já fudidoa réstia de vida de todo morrido
que na cama do carma se desfrutadesmarcar as cartas viciosasmijar sobre o que a espera enlutapenetrar as coxas da lama a vergonhadesonrar qualquer túmulo que se imponhae descobrir no amor já fudidoa réstia de vida de todo morrido
Poesia de Sérgio Gomide.
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3 comentários:
Isso ficou espetacular. Sérgio, já havia gostado da poesia. Mas me tocou ainda mais na singular interpretação do Cabeça.
Bom demais, Buda. Adorei
msua performance e o poema de Sérgio Gomide. Parabéns aos dois.
Beijo
Lirismo que salta aos olhos e adoça a boca. Excelente trabalho. Cada dia as páginas negras me surpreendem mais com belas palavras.
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