Num céu de azul denso
Alguns vestígios de sol espelhados nos prédios
uma brisa calma me toca o rosto
numa tarde silenciosa, triste
mas essencialmente bela
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Árvores frondosas
levemente folhadas
ou carecas
cada qual com sua particular beleza
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O tempo passa e a noite se aproxima
A música, a perfeita harmonia com o vento
A paz estranha, a paz incompreensível
queima a tez por dentro
e a brisa afaga todos os incômodos
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as folhas se agitam sutilmente
como se quisessem saltar e depois desistissem
mas logo voltam insistentes ao seu suicídio
Texto: Kamilla Mota
Imagem: Last Leaf II, por Edward Holmberg.
7 comentários:
Bonito, Kamilla! Uma descrição pessoal, uma impressão do mundo que você transmite bem pros leitores - uma qualidade que eu chamo de "objetividade da linguagem subjetiva", perdoem-me o pedantismo! Mas é isso, escreva mais!
Kamilla, parabéns pelo belo texto, essencialmente sutil, imageticamente profundo.
Eu gosto.
morena menina
não tem vc aqui.
sorriso no corredor
o inverno nem chegou.
cultivando vento e frio
flor de sonho real espinho.
apaga a vela toda cor
as folhas caem sem sabor.
Parabén Kamilla, um poema que enche os olhos de beleza... o final é maravilhoso.
Gleuber Militani
Desabafo?
De qualquer forma, belo texto
Parabéns!
Agradeço os elogios e o pequeno poema de "dois outonos"... fiquei curiosa...
Mas, não, não é um desabafo... É um desafio, daqueles de traduzir em palavras alguns momentos de felicidade inútil e aparentemente sem motivo...
eita - bão te ler por aqui de novo!
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